Hoje, prometo não falar de iguarias, pratos de cores de vivas, experiências na cozinha, hoje falo de emoções e são tantas as que me invadem e preenchem o pensamento e a alma.
Este retrato, é profundo e agradeço que tenha sido possível captá-lo, pois, eu, estava de costas e as emoções que ele transporta era impossível visualizar de outra forma...a cumplicidade que consigo sentir é grandiosa, sem esquemas, sem dramas, sem competições, apenas um abraço, um simples e grandioso abraço..
Tendo como tela este retrato transporto nele todas as emoções vividas em pouco menos de doze horas, pequenos gestos quase insignificantes para nós, e preciosos para quem os recebe e os guarda como um tesouro valioso, e vinte anos depois regressam até nós por uma fotografia,como se o tempo não tivesse passado, e no entanto guardados, reforçando todos os afetos, amizade que não passava de uma leve lembrança e que de repente se torna viva na nossa alma e nos faz sentir uma gratidão imensa!
E, desta forma temos a certeza do quanto os pequenos gestos se tornam grandiosos e mesmo passado tanto tempo transportam sentimentos sublimes, íntegros, verdadeiros. Este turbilhão de emoções duraria bem mais do que uma semana, um mês a preencher a nossa auto estima a importância daquilo fazemos e dizemos, o impacto que tem na vida daqueles que se cruzam na nossa vida.Obrigado Patrícia Figueiredo por seres tão especial...
Mas não seria assim, esta manhã, num gesto rotineiro de entrega da mais pequena da casa no colégio, uma Mãe apressada deixa a sua bebé em lágrimas no colo da educadora, nada de "anormal" no comportamento de uma bebé tão pequena, exceto porque atenção teve que ser partilhada com outros pequenos que chegavam na mesma altura..
Sem pensar, e porque aquele choro que me fez sentir compaixão, ternura pedi para pegar na bebé e aconcheguei-a no meu colo, falei-lhe calmamente ao ouvido está tudo bem, transmiti-lhe todo o meu amor e senti-me emocionada com aquele momento ..
Ali estava eu, à porta, a minha pequena a brincar feliz pela sala sem birras, sem ciúmes, simplesmente a sorrir para mim...a outra bebé no meu colo, agora mais calma, tranquila. E em conversa sem ser a pedido, percebo que aquela Mãe, de rosto fechado, poucos sorrisos, aquela bebé a chorar viviam a separação, a partida daquele que nunca terá lembrança,apenas pelos retratos...e dia 19 se olharmos o céu podemos dizer que uma estrelinha brilha mais forte e olha por ela todos os dias ao adormecer, ao acordar...
Por agora, volto a olhar este retrato, entro naquele circulo fechado, naquele abraço sincero e aconchego-me nele...quanto a estas emoções que vos escrevo hoje, guardo-as com gratidão por ter oportunidade de vivê-las, agradeço à minha bebé por não ter chorado, por perceber que todo o amor pode ser partilhado, sem medo de perdemos a parte que é nossa por direito!!
Deixo-vos todo o meu amor...
Até breve!
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